28 de jun. de 2011

Macacos, Dancem!

Sobre a terra caminhamos
via poeirenta na curva do tempo
assomam alto os poderes soberanos
sobre os germes crescendo em tormento

Em marcha imóvel rumo ao sol
elas estendem-se certas de sua sina
mesmo a noite, a chuva em frio lençol
cobrindo rio, estrada e colina.

Brilha o farol no escuro atroz
e o ronco metálico fere o vento
o macaco descuidado vai veloz
ignorando a dor ou sofrimento.

Macacos dancem, macacos, dancem
Macaco deixe crescer também
Macacos nascem, macacos morrem
Macaco sozinho não é ninguém
Macacos andam, macacos correm
Macaco até lá no céu já tem
Macacos compram, macacos vendem
Macaco não vale um vintém
Macacos rezam, e dizem amém
Pro deus macaco no além.

Finda a noite em chuva forte
Lá vai correndo macaco pra casa
Pois frágil e a merce da sorte
É de fato sua pobre carcaça.

Você que vive aqui agora
Pense bem no que você fez
Aprende macaco não demora
Que a roda gira outra vez.




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