23 de mar. de 2014

Sete cores

Certo homem, um dia disse
me tirando lá do meu sossego
Choraí ô menino, bora viver.

Concreto e asfalto cercava a gente
que andava a esmo, esmola
E era tanta a pressa, preguiça
que até a alma se esfola.

E passa tempo, passa boiada
galho de cana debruçado na estrada
Já outrora era outra hora, ô trem
que até me esqueci de onde é que vem.

Daí segue que segue a vida
Dia após dia, arré ó dia!
Entre ruas e areias e papel
mas aqui longe é que a galinha pia.

Corre menino, ó lá o homem lá!
Sobe no telhado, no muro do quintal
Vai vê longe, enquanto ainda dá.

Vi então deus, nascer e morrer
e toda sorte de amores e amoras
Doces, que os passarinhos vem comer
O jeito é lambuzar de todas as cores.

Estrela da manhã, manhãzinha
Meio dia é meia noite do outro lado
Procuro mesmo uma sombrinha
Pra gente deitar aconchegado. 




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